ND do Pântano do Sul

ND do Pântano do Sul
A LUTA PELO PARQUE CONTINUA!

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O milagre dos bastidores, ou De como as “oficinas” ditas democráticas da PMF desrespeitam audiências públicas distritais, por entre malas e queijos.

Na noite de segunda-feira passada, dia 30 de setembro, depois de uma chamada através de carro de som feita na manhã do mesmo dia, aconteceu a primeira “oficina” da PMF- IPUF na associação de moradores dos Açores.

A polêmica da noite girou em torno da nova categorização dada ao Matadeiro.  A indignação dos moradores daquela comunidade deu-se  com razão de ser, pois  o mapa apresentado pelo IPUF brindou-os com a categorização de APP, solenemente ignorando a deliberação aprovada em audiência pública realizada no bairro em 2007, que definia a área como APL- Área de Preservação Limitada, em respeito  à comunidade lá existente há mais de 40 anos.

Hoje, dia 7 de outubro, durante a segunda e última “oficina”, que nem chamada pública teve (e que aconteceu novamente no mesmo bairro - interessante a escolha de se realizar as tais oficinas bem longe da escola Dilma, que abrigou audiências públicas lotadas e onde o ND do Pântano do Sul tem sua sede até hoje) a discussão sobre o caso do Matadeiro teve continuidade.

Em meio a uma total desorganização, que não por acaso, pois é evidente que onde impera a desorganização e o desrespeito, o diabo faz o que quer e como gosta - os membros do IPUF não conseguiam, e nem se esforçavam em concluir suas falas, enquanto a tchurma do concreto bradava em rompantes nervosos defendendo o “não” a APPS nem aqui ou acolá.
Vexatório e também indecente, a noite guardava mais uma surpresa.

Até a semana passada no site do IPUF, o mapa da planície do Pântano do Sul apresentava a região como APP, da mesma forma que o mapa em papel que nos foi repassado na reunião do ND Pântano com o IPUF trazia "área reservada para parque", como deliberado em nossas audiências públicas distritais 


e como recomendado pelo parecer do IBAMA, seguido da câmara técnica da FATMA e posteriormente da FLORAM. 


Na noite de hoje, contudo, passada apenas uma semana, o mapa projetado no telão, assim como o mapa em papel, traziam estampados na área da planície, não mais a APP, mas sim, APL- isto é, Área de Preservação Limitada! Sim! APL, que permite edificação!

De repente, a APP da planície sumiu. No intervalo de uma semana, depois da apresentação do mapa na primeira oficina.

No salão, nesta noite, especuladores ávidos das ecovilas e condomínios se atropelavam em altos brados para não deixar ninguém falar e muito menos ser ouvido. De repente a recomendação do IBAMA virou uma farsa e o trabalhador da Floram tinha sido “coagido”, de repente, FALAR na tal oficina, era motivo de ameaça de ser processado, como fez o advogado lá presente para defender os interesses dos empresários do concreto, cujos projetos vem sendo recusados.

A câmara técnica da FLORAM que deu um parecer para criação de um futuro parque sobre a planície foi solenemente ignorada neste último mapa.

O que mais se ouvia por parte do IPUF era: “Não fui eu quem decidiu isso!”, “ O fulano deveria estar aqui!”,“Briguem, briguem por tudo que acham que devam brigar!”

Assim são as “oficinas” da PMF-IPUF. Um local para se acolher os gritos dos que acham que podem mais, ocasião do faz-de-conta que é participativo, um momento de caos generalizado - bem como o diabo gosta... O que confirma que esse método de deliberação sobre o anteprojeto é fraudulento. 

Até quando você imagina que os mapas podem ser alterados? A mando de quem podem ser alterados? E por fim, como um processo desses pode ser tomado como legítimo?

Fica aqui o registro da absoluta certeza quanto a critica que é feita ao IPUF sobre a condução da finalização do anteprojeto patrolando o NGM e ignorando suas deliberações.

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