ND do Pântano do Sul

ND do Pântano do Sul
A LUTA PELO PARQUE CONTINUA!

terça-feira, 29 de março de 2011

Duas matérias sobre o PDP - ND 29de março 2011





Quem não acompanhou o processo todo pode até acreditar nas palavras doces da prefeitura e de seu porta voz.
Desejo de se ter um plano participativo do princípio ao fim? Preocupação com a impermeabilização do solo e reservas naturais? Preocupação que a cidade não se torne uma "ilha de elite"?... Ou não seria o objetivo de tanta pressa por parte das construtoras e seus fiéis políticos perdigueiros, sucatear e mutilar a cidade, sem levar em consideração seus limites? Ganhar o máximo agora e dane-se depois? 
Vamos ver o que nos espera e como as comunidades vão se portar na dita Conferência  da Cidade - ou seria a hora do leilão e garantia de curral político para as próximas eleições?

Raquel Macruz

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Rodolfo Pinto da Luz fala sobre as mudanças no Plano Diretor de Florianópolis
“Não queremos uma ilha de elite”, esta é a declaração do secretário de educação, que tem como incubência de implantar o Plano Diretor
Danilo Cardoso. Espeical para o Notícia do Dia
O desafio de colocar o Plano Diretor de volta aos trilhos saiu das mãos dos urbanistas e está sob responsabilidade de um educador. Rodolfo Pinto da Luz, secretário de Educação, recebeu a incumbência diretamente do prefeito Dário Berger (PMDB). A escolha pelo professor expõe claramente de que a maior dificuldade dos poderes públicos não é só com a questão técnica do plano, mas sim, de diálogo. Com a missão de fazer a sociedade conversar em paz sobre o futuro da cidade – e levá-la a um consenso mínimo – Pinto da Luz supervisiona, desde maio do ano passado, as alterações do planejamento urbano. Hoje, as propostas estão sendo revisadas na prefeitura.
Nesta entrevista, uma continuação da matéria iniciada pelo ND na edição do final de semana, o professor explica a escolha do seu nome para a coordenação, comenta os impactos econômicos, prevê a finalização dos trabalhos ainda neste ano e garante que o processo continua sendo participativo de democrático. “A comunidade pode ficar despreocupada porque será novamente ouvida”, garantiu. Na matéria anterior, o ND antecipou que o projeto do Plano Diretor deverá ser apresentada até o final de maio pela prefeitura.
COMO ESTÁ O PLANO
O plano está sendo revisado e ajustado na prefeitura. Nós levantamos todas as reuniões, todo o trabalho do Núcleo Gestor nas audiências públicas, nos seminários, em tudo. Passamos todas essas informações para a Fundação Cepa. A fundação organizou as diretrizes oriundas da comunidade, sistematizou este processo, elaborou a proposta que, desde maio do ano passado, está sendo revisada internamente. Essas modificações irão novamente para a Cepa para outra formatação e, em seguida, volta para nós. Quando estiver em nossas mãos, iremos consultar a comunidade outras vezes, com audiências públicas descentralizadas e outros eventos. A comunidade pode ficar despreocupada porque será novamente ouvida.
REVISÃO
processo foi altamente democrático seguido de um trabalho técnico. Na época, os coordenadores que formataram o plano entenderam que poderiam fazer uma audiência pública para ouvir mais sugestões e apresentar a proposta final da prefeitura. Mas daí ocorreu aquela manifestação no TAC (protesto da comunidade que impediu a leitura do plano). Então, oprefeito entendeu que, por causa da reação, não havia necessidade para atropelar o processo. Afinal, estava sendo realizado de uma maneira bem democrática. O plano diretor, por isso, não foi encaminhado à Câmara. Foi para revisão na prefeitura. O prefeito fixou novas audiências e me pediu para coordenar o processo.
DIÁLOGO
Fui chamado pelo prefeito justamente para exercitar esse processo democrático. O meu conhecimento não me limita, porque os técnicos é que estão elaborando as propostas. Vou pensar, coordenar e ordenar toda a discussão. Afinal, o Plano Diretor transcende o aspecto técnico. Ele envolve toda a cidade, as vontades e também os conflitos das pessoas. Eu sou uma pessoa de diálogo. Espero que este diálogo nos permita re-estabelecer uma participação coletiva. O nosso objetivo, dos técnicos e do prefeito, é que o plano seja bem discutido e que atenda os anseios da comunidade. O prefeito disse que aceitará as manifestações da comunidade.
DEMORA PARA FINALIZAÇÃO
A revisão é mais complexa do que a gente pensava. Além disso, não temos tantos técnicos na prefeitura e eles têm suas atribuições rotineiras: a prefeitura não para. Por isso, se tornou um pouco demorado. Mas o plano diretor não é algo estático. Precisamos fazer que o plano seja continuamente revisado e atualizado. O que esse plano tem de bom é que vai estabelecer a sistemática desse acompanhamento, que é a criação do Conselho da Cidade.
NOVO CRONOGRAMA
Queremos terminar no máximo até maio. Então, iniciaremos a consulta à comunidade, que na verdade já acontece há muito tempo. Se a nossa proposta não condizer com a proposta em determinado local, então, incorpora-se a mudança e irá para aprovação na Conferência da Cidade. A conferência finaliza o plano e manda para a Câmara. A Câmara iniciará um novo processo, provavelmente, com outras audiências públicas, que teremos de acompanhar.
CONSCIENTIZAÇÃO DA SOCIEDADE
As pessoas precisam se conscientizar e pensar a cidade coletivamente.Quando se tem um terreno para morar, a pessoa não quer prédios em volta para manter a privacidade. Agora, se é para vender o terreno, quer a liberação para construir o máximo possível, para ser valorizado. Então, os conflitos são muito grandes na hora de definir. Esbarramos no interesse mais individual do que coletivo. Se as pessoas pensassem mais no coletivo seria melhor. O que interessa buscar a valorização do terreno se depois a ocupação poderá gerar enchente, causando morte e perda dos bens.
PREÇO DOS TERRENOS
A cidade cresce constantemente. Por isso, a pressão é grande, para ocupar espaços que pode e que não pode. Também precisamos considerar que,quanto mais restritivo o plano, mais caros ficam os valores dos imóveis. Se você faz uma cidade que preserva, como queremos preservar, teremos um custo. Com certeza, o metro quadrado de Florianópolis, que já é muito caro, tende a se tornar cada vez mais caro. Não queremos uma ilha de elite. Por isso, o plano prevê, inclusive, áreas de interesse social e enfatiza a questão de acessibilidade, locomoção e mobilidade.

 Prefeitura de Florianópolis revê Plano Diretor
Após um ano de novos estudos, prefeitura volta a reduzir altura de prédios na Lagoa
Daniel Cardoso. especial para o Notícias do Dia
 Lagoa da Conceição: Proposta mantém gabarito máximo de seis metros (2 andares). Na região central do bairro será permitido edificações de até 12 metros
 Em meio às comemorações de 285 anos, na última quarta-feira, a Capital mantém os olhos atentos para um dos maiores desafios de sua história que, se não for superado, é capaz de transformar a paradisíaca ilha em caos urbano. Este desafio atende pelo nome de Plano Diretor. No início de 2010, após quatro anos de debate, a prefeitura da Capital tentou apresentá-lo publicamente, mas não teve apoio de praticamente nenhum setor da sociedade. Por isso, resolveu rever as decisões. Com isso, há quase um ano faz ajustes no projeto.
Nesta reportagem, o Notícias do Dia antecipa algumas alterações já definidas e que integraram a redação final da nova proposta, a ser apresentada ao público até final de maio.
Um dos pontos revistos foi o polêmico aumento da altura permitida dos prédios na Lagoa da Conceição. Na proposta de 2010, a ideia era aumentar de 2 para 3 andares (9 metros). Com a reação negativa, a prefeitura voltou atrás e vai manter a altura máxima em dois andares. Porém, essa decisão vale apenas para as edificações fora do Centrinho da Lagoa. Nesta área, foi mantida a altura máxima de quatro andares.
Na nova proposta, também não há menção ao antigo e polêmico projeto de construir uma avenida paralela a das Rendeiras, que ficaria sobre as dunas. O impacto ambiental inviabiliza a obra e fez a prefeitura enterrar de vez o projeto.
No Norte da Ilha, outra mudança foi acertada. Antes, a prefeitura previa abrir um túnel para ligar a Cachoeira do Bom Jesus à praia Brava. O objetivo era fazer o trânsito fluir e intensificar a locomoção entre as duas localidades. O problema, no entanto, é o elevado custo, que fez os técnicos desistirem do projeto.
Altura dos prédios, o X da questão
Apesar dessas alterações, a nova formatação do Plano Diretor não está imune a mais tumultos. Pelo contrário. A prefeitura seguiu com a diretriz de verticalizar a cidade. O receio de entidades comunitárias é que o aumento da altura dos prédios iniciará um processo acentuado de ocupação da Ilha e um crescimento mais acelerado de moradores.
Porém, há quem entenda que verticalizar é uma solução restritiva, ou seja, preserva o ambiente, pois define o máximo de aproveitamento do solo. Assim, a cidade evitaria um problema de décadas. Quando uma família tem um terreno, por exemplo, começa a loteá-lo aos poucos entre pais e filhos. Depois de muito tempo, todo o terreno é tomado e o solo completamente ocupado.
Se o novo plano diretor for aprovado, os edifícios terão, em média, a obrigação de deixar 30% do terreno como área livre. “É melhor deixar construir três andares com áreas verdes do que deixar ocupar todo o terreno. O plano também pode criar corredores de verticalização, mas não um do lado do outro, deixando espaço para áreas livres e preservadas”, opina o arquiteto César Floriano, professor do departamento de Arquitetura da UFSC e que participou dos debates do Núcleo Gestor (grupo formado para acompanhar os debates).                     Edu Cavalcanti
Centro:Proposta é de construções 
com até 16 andares, ou  48 metros de altura
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Como é hoje:
É comum encontrarmos, principalmente nos balneários do Norte da Ilha, um condomínio de quatro andares que ocupa todo o solo do terreno. Além da projeção do prédio, os condomínios ainda colocam pavimentação sobre o terreno nas áreas livres para construir acessos, garagens ou áreas de uso comunitário, como quadras. Essa ocupação excessiva impermeabiliza o solo e pode provocar dois grandes problemas: a redução da recarga dos aquíferos e enchentes, já que o volume de água para escorrer se torna maior e tende a alargar os bairros.
Como será:
A proposta da prefeitura tem como uma de suas macrodiretrizes reduzir a ocupação do solo e deixar mais áreas livres, como jardins, trilhas e terra nua, para promover a permeabilização do solo. No plano, a projeção dos prédios poderá ocupar até 50% do terreno. Além disso, os condomínios terão o direito de fazer benfeitorias, como estacionamentos e acesso de carros, em mais 20% do espaço. Assim, deixarão 30% do solo livres de qualquer obra, o que permitirá maior absorção da água da chuva, reduzindo o risco de enchente e aumentando a recuperação dos aquíferos.
Comunidade reclama da falta de participação
O plano diretor realizou dezenas de reuniões técnicas e comunitárias e envolveu pelo menos 200 entidades neste processo. Mesmo assim, críticos o consideram antidemocrático, elaborado entre quatro paredes, longe dos olhares da sociedade organizada.
As acusações são de que a prefeitura esvaziou a participação comunitária e colocou o projeto sob responsabilidade de uma empresa (que venceu edital de licitação), deixando de lado todas as propostas e sugestões debatidas anteriormente.
“Tivemos uma audiência pública em julho de 2008. Daí vieram as eleições e a comunidade deixou de ser chamada pouco a pouco. Em maio de 2009, foi realizada uma nova audiência pública, mas o processo já tinha saído dos trilhos e a indignação com a situação foi extravasada. Todos já se sentiam excluídos”, lembra o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SC), Edson Cattoni.
Em março de 2010, a prefeitura chegou com o plano pronto para ser apresentado no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC). Porém, as vaias e a indignação da comunidade impediram a leitura do documento e o processo foi interrompido.
Para a presidente da União Florianopolitana de Entidades Comunitárias (Ufeco), Angela Maria Liuti, a proposta que a prefeitura formulou não teve concordância com aquilo que tinha sido sugerido nas audiências públicas.
“Depois dessa manifestação, as conversas se encerraram de vez e nunca mais tivemos notícias sobre o Plano Diretor. Não sabemos o que vai aparecer agora. A comunidade não aceita isso. Se apresentarem, haverá confusão”, ressalta.
A prefeitura, porém, garante que todas as propostas da sociedade foram analisadas e que a comunidade voltará a ser ouvida no processo
Divergências dificultam discurso comum
Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelo Plano Diretor é convergir interesses distintos entre os setores da sociedade. Comunidades e empresários, por exemplo, apresentam ideias antagônicas. Resultado: a proposta da prefeitura, de 2010, desagradou a todos.
Para Gert Schinke, representante do Sul da Ilha no Núcleo Gestor, o plano de alargar o acesso viário à região será prejudicial à cidade. “Não podemos aumentar o fluxo para cá. No Distrito Sul, cerca de 85% do território é área de preservação permanente, como a Lagoa do Peri. Não queremos nos tornar igual ao Norte da Ilha, onde há muita ocupação”, relata Schinke.
Outro ponto ressaltado por ele é o destino definido para a Planície do Pântano do Sul, uma área verde bem preservada que fica no entorno dos Açores. “Aquilo é uma relíquia da Mata Atlântica e precisamos preservá-la com muito cuidado. Estamos na luta há muito tempo para transformá-la num parque, e a prefeitura quer uma área com prédios”, reclama.
Já o Sindicato da Indústria da Construção Civil da Grande Florianópolis (Sinduscon/Florianópolis) pede o contrário. Segundo Hélio Bairros, presidente da entidade, Florianópolis precisará valorizar as centralidades. Isso significa aprofundar a verticalização (aumentar a altura dos prédios e o índice de ocupação do solo) e transformar as localidades em pequenos centros. De acordo com a lógica do Sinduscon, as pessoas poderiam fazer tudo perto de casa, desde ir à escola até fazer compras no supermercado, evitando o deslocamento pela cidade.
“A valorização das centralidades poderia ocorrer em distritos como Santo Antônio e Canasvieiras, claro que respeitando as características históricas e ambientais. Em Florianópolis, temos por ano cerca de 300 licenças para construção de casas e pouco mais de 60 para prédios. É uma diferença muito grande e que não é sustentável econômica e urbanisticamente”, entende Bairros.

segunda-feira, 28 de março de 2011

ND Pântano do Sul - ND Campeche - MOSAL- Sotalia organizam Festival da Água e PACUCA

Comunidades do sul e norte da ilha se reúnem em manifestação em defesa das águas e pela criação do Parque Cultural do Campeche!
Vejam as imagens do evento na apresentação de slides ao lado e o vídeo no link abaixo!
http://eteia.blogspot.com/2011/03/video-do-festival-da-agua-no-campeche.html

segunda-feira, 14 de março de 2011

O evento nas palavras de Elaine Tavares

Mesmo com a chuva forte que caiu durante todo o dia de sábado, 12 de março, o auditório da Escola Básica Municipal Dilma Lúcia dos Santos, na Armação, lotou durante a noite com o povo da Planície do Pântano do Sul. Eles foram se informar sobre os projetos de adensamento populacional e de destruição ambiental que estão em andamento na região, bem como reafirmar a decisão já tomada em audiência pública do Plano Diretor Participativo de que a região inundável e de mata atlântica que existe no Pântano do Sul precisa se transformar numa Unidade de Conservação. Esse pedaço representa 43% de toda a área da Bacia Hidrográfica Litorânea que tem cerca de treze quilômetros quadrados. O parque teria então uma fatia de 2,7 quilômetros quadrados.
A idéia de transformar a região em um parque natural nasceu em 2006, durante os debates sobre o Plano Diretor, e foi votada favoravelmente pela comunidade em Audiência Pública. Quem conhece o Pântano do Sul sabe que a área proposta para o parque é rica em biodiversidade, com uma fauna e flora exuberante e completamente inundável. Ali, formava-se até bem pouco tempo a lagoa das Capivaras e era comum ver estes animaizinhos andando pelo local. Com a ocupação cada vez maior da planície, a lagoa sumiu, mas a região segue inundando sistematicamente, seguindo seu curso natural.
Com o passar dos anos, a cidade sem planejamento começou a crescer e a prefeitura a liberar áreas para construção, inclusive essa que os moradores querem transformar em Unidade de Conservação. Em 1997 houve uma proposta da JAT Engenharia que planejava criar na planície um projeto imobiliário que aumentaria o número de habitantes em 40 mil. A idéia foi veementemente rechaçada. Mas, na cabeça dos empresários ela não morreu. Dez anos depois, em 2007, em pleno processo de discussão do Plano Diretor, a Fatma fez uma audiência pública no Pântano do Sul para apresentar um projeto da empresa CR Almeida, também de mega empreendimento. Houve nova mobilização da comunidade, mas a proposta ainda está pairando sobre as cabeças de toda a gente.
O projeto da CR Almeida prevê a disponibilização de 610 lotes bem no miolo da planície, justo na área inundável e de mata atlântica. Também a JAT Engenharia tem na manga um projeto de outros 340 lotes mais um campo de golfe, bem ao lado do loteamento da CR Almeida. É um gigantesco empreendimento que promete não só um gigantesco adensamento populacional, como a completa destruição da exuberante natureza local. Quem já foi até a praia do Pântano do Sul não pode ter deixado de se maravilhar com a beleza daquela região de planície ainda tão cheia de vida natural.
Pois na cabeça das construtoras aquela paisagem já é totalmente de concreto e grama artificial para o deleite de uma pequena parcela da população de classe média alta. Para se ter uma idéia do que significa, em termos de impacto ambiental, obras desta magnitude, basta uma boa olhada nos números de um empreendimento bem menor, já licenciado, no mesmo espaço da planície. É o loteamento Caravelas. Há mais de três anos que a empresa está colocando terra no lugar dos lotes, porque, como já se informou, aquela é uma região tremendamente inundável. Estudos feitos por ambientalistas e professores da UFSC, apresentados pelo Núcleo Distrital do Pântano do Sul, mostram que mega-projetos como os da JAT e da CR Almeida necessitarão de quase 400 mil cargas de terra para garantir um aterro aceitável. Além disso, a secagem da planície provocará sérias alterações no aqüífero, causando falta de água além da extinção de várias espécies animais.

Outra preocupação é com os alagamentos. Como a região da planície tem um sistema ancestral de inundação e secagem, sendo aterrada toda a extensão da mata, as águas buscarão outros espaços para escoar. Já existem estudos que dão conta que o rio Quinca Antônio inevitavelmente transbordará na sua parte mais baixa, podendo ocorrer alagamentos no bairro da Armação, já tão atingido pela falta de planejamento.
Para as pessoas que lotaram o auditório da escola dispostas a encontrar caminhos que possam barrar essa destruição, a melhora opção de desenvolvimento para o Pântano do Sul é a da preservação. Ninguém quer ver seu lugar de moradia tradicional transformado numa selva de pedra, como já aconteceu com bairros do norte da ilha, que hoje enfrentam problemas sérios de saneamento, água, e de convivialidade, visto que foram transformados em “cidade grandes” dentro da cidade, com todas as conseqüências disso. Conforme lembrou Gert Shinke, do ND Pântano do Sul, “precisamos que a prefeitura reconheça a vocação e a importância dessas terras. Até agora, o envolvimento das pessoas, as riquezas e belezas da planície e das matas vem sendo ocultados e desqualificados para justificar seu soterramento em concreto armado. Só a ação popular pode mudar isso”.
Na propaganda dos empreendimentos, o canto da sereia, que ainda encanta muitos moradores, é o da valorização imobiliária. Os panfletos dizem que com os mega- projetos habitacionais, os valores das residências aumentarão bastante. Mas, quem garantirá a boa vida que toda a gente ainda tem, com lagoas, matas, animais, plantas medicinais? Como ficará a mobilidade na área com a chegada de milhares de pessoas num espaço sem qualquer estrutura para isso? Basta dar como exemplo o transporte coletivo. Numa noite de sábado, fica-se mais de uma hora num ponto de ônibus, sem que o coletivo apareça. Como as pessoas se moverão nesse novo cenários de prédios e gentes? Valerá à pena abrir mão da vida tranqüila por trinta dinheiros? Essa é a pergunta que se faz.
Já com a criação do Parque Natural a região não perderia suas características e ainda ganharia com o turismo responsável. Afinal, o que mais gera divisas hoje é o turismo ecológico. Cansados das selvas de pedras e agitos artificiais, os turistas querem lugares onde a natureza se expresse na sua mais absoluta exuberância. E é isso que existe na planície do Pântano do Sul. O que está em questão é a idéia de desenvolvimento, de progresso. Lugares como Canasvieiras, Ingleses e Praia Brava já mostraram que o “progresso” proposto pelos megaempresários não chega à maioria das pessoas. Só gera riqueza para as construtoras.

Assim, na chuvosa noite do dia 12 de março, o Núcleo Distrital do Pântano do Sul retomou suas atividades com a parceria solidária do Movimento Saneamento Alternativo (Mosal), Núcleo Distrital do Campeche, Revista Pobres e Nojentas, os vereadores Dr. Ricardo (PCdoB) e Professor Lino (PT), além de outras tantas pessoas e entidades que não se deixaram abater pelo mau tempo e foram expressar seu desejo de ver a planície do Pântano do Sul preservada. Porque um parque naquela região não é bom só para o “pantanodosuli”, mas também para toda a cidade. Essa é uma luta que ainda vai esquentar os dias que estão por vir.

domingo, 13 de março de 2011

EVENTO EM PROL DA CRIAÇÃO DO PARQUE NATURAL DO PÂNTANO DO SUL FOI UM SUCESSO!


E foi no clima de planície alagada, com muita chuva caindo, que o Evento em prol da criação do Parque do Pântano do Sul reuniu 50 pessoas neste sábado à noite! 
O ND do Pântano do Sul chamou - nos apoiaram o ND do Campeche, assim como diversas entidades do sul da ilha ( Cine Clube Armação, INMMAR, MOSAL, Radio Campeche, Pobres e Nojentas, Amocan, Associação dos Pescadores Artesanais do Campeche), ao mesmo tempo que nos acompanharam simpatizantes e militantes, do mesmo sul e de vários cantos da ilha.


O porquê e o motivo da urgência em se criar o Parque Natural, ratificando o reconhecimento da vocação e importância dessas terras, foi apresentado através de imagens e das explanações de Gert Schinke: a história, o envolvimento das pessoas, as riquezas e belezas da planície e das matas - que muitos tentam ocultar ou desqualificar para justificar seu soterramento em concreto armado, a complexa função desse sistema natural no frágil equilíbrio das coisas, os jogos e armações montados nos bastidores de gabinetes para a apropriação e especulação de uma área comunal, a burocracia, a política que pode resolver ou destruir, a persistência de quem acredita e o chamado à união de forças...

E depois... o filme: HOME. 

Um tapa, uma explicação mais do que explícita do porque é que nossa planície tem que ser preservada e um empurrão para que continuemos nossa batalha!

Retomamos assim,os trabalhos do nosso ND do Pântano do Sul com a mesma disposição de sempre!

Um abraço,

Raquel Macruz

terça-feira, 8 de março de 2011

Sua presença faz toda a diferença

Você sabia que existe uma exuberante floresta, um enorme manguezal e banhado no Pântano do Sul, habitados por jacarés, lontras, cutias, pacas, cágados e por graxains? Você sabia, que além das corujas, biguá, gavião carijó e chimango, maria faceira e marrequinha de pé vermelho lá existe um sítio arqueológico e um enorme aqüífero? Pois bem, por enquanto existe... Mas toda esta beleza está sob ameaça de dois mega empreendimentos imobiliários que querem transformar tudo isso, que é nosso, em casas, hotéis e campo de golfe... Para que isso não aconteça precisamos criar um Parque Natural.



quinta-feira, 3 de março de 2011

CAMPANHA PELA CRIAÇÃO DO PARQUE NATURAL DO PÂNTANO DO SUL- 2011

DIA : 12 DE MARÇO
HORA: 19:30 h
LOCAL: EBM DILMA, na Armação
Filme, imagens em PPT, informações, debate!
O parque é para todos nós!
Venha!
Participe e traga sua família e amigos!

Nosso Parque Natural

Equilíbrio hidrológico da região, fonte de abastecimento do aquífero da bacia do Pântano do Sul, corredor ecológico parte integrante do complexo de áreas de parques municipais da região, habitat natural de diversas espécies de animais facilmente encontrados - apesar das infindáveis tentativas de degradação e desqualificação do local- são cutias, pacas, lontras, jacarés, graxains- estes últimos em perigo de extinção, além de inúmeras espécies locais de aves  e outras tantas migratórias que fazem de nossa planície inundável, local de descanso e alimentação para posterior migração.
Esta é a real vocação de nosso turismo no sul da ilha...


Turismo ecológico!

O Distrito do Pântano do Sul, localizado na porção sudeste do município, contempla um conjunto de ambientes, constituindo um dos poucos a oferecer uma rica e diversa biodiversidade composta pelo Domínio da Floresta Atlântica, além de uma comunidade que ainda mantêm suas características culturais ilhoa. No distrito há três bacias hidrográficas litorâneas, a bacia que se encontra a Lagoa do Peri, a da Lagoinha do Leste e a do Pântano do Sul. As duas primeiras já se encontram sob proteção ambiental municipal, seja total ou parcialmente. Considera-se imprescindível à proteção de parte da terceira!!!

Bacia Hidrográfica Litorânea do Pântano do Sul com cerca de 13 km2 possui na sua planície sedimentar a área proposta (ver mapa abaixo) para a criação do PARQUE NATURAL DO PÂNTANO DO SUL, ou seja, uma “Reserva de Fauna Pântano do Sul” de área de 2,7 km2, ou seja 43% da área total da planície da bacia, que possui 6,11 km2.





PÂNTANO DO SUL- UM DISTRITO PARQUE

A idéia/conceito de “Distrito Parque” tem sua origem na visão de conjunto da cidade e da ilha, apontando claramente para o resgate da vocação ambiental e paisagística da região sul da Ilha de Santa Catarina, área que reúne várias UC’s, indubitavelmente a região mais preservada da mesma, propiciando assim um equilíbrio na pressão antrópica em relação às regiões centro e norte da ilha, hoje já bastante adensadas e desfiguradas pela força da especulação imobiliária.




O Parque Natural repõe para usufruto público uma grande área de antigas “terras comunais”, conforme atestam várias fontes históricas e testemunhos ainda vivos, antigos moradores da região. O processo de apropriação privada (altamente suspeita) destas terras começou com a titulação de proprietários executada pelo antigo IRASC- Instituto de Reforma Agrária de Santa Catarina, em fins da década de 60.

Paralelamente à titulação das terras, foram abertos vários canais de drenagem para permitir plantações de arroz, as quais acabaram acontecendo apenas em pequena parte das mesmas, e por pouco tempo. No entanto, as três lagoas ali existentes até os anos 70 – Lagoa da Capivara e outras duas menores, sucumbiram totalmente com a drenagem efetivada, embora esta brutal intervenção antrópica não tenha conseguido evitar que atualmente a maior parte destas terras configurem um grande “banhado”, e, em períodos de chuva intensa, fiquem totalmente alagadas. Ainda, por um capricho da natureza, situado em cima de uma imenso aqüífero, potencial para um futuro suprimento de água potável para a população nas vizinhanças.
É nessa área que hoje duas grandes empresas pretendem implantar dois grandes empreendimentos imobiliários que destruirão nossa planície.

Apesar das inúmeras tentativas de destruição e desqualificação, tratando o rio como vala e nossa área inundável como um terreno baldio, a planície insiste em carregar beleza e vida. 

Venha participar da campanha pela criação de NOSSO Parque Natural!!!!


O Sul da Ilha se reúne uma vez mais...





ND do Pântano do Sul- ND do Campeche - MOSAL- Rádio Campeche e militantes do movimento de outras localidades do sul e da ilha organizaram um ato de protesto ontem, 02 de março, no Ministério Público Federal onde também fizeram denúncia contra o empreendimento “Campeche Beach Club”, que está drenando água do lençol freático desde há meses, num total de 130 mil litros por dia!!! A água pura que está sendo jogada fora pode trazer sérias consequências, além do desperdício, pois o rebaixamento do lençol pode provocar a desertificação do bairro ou salinização do lençol. As entidades denunciaram ainda que o empreendimento pretende burlar o Plano Diretor, construindo um subsolo, garantindo assim bem mais do que três pavimentos.


http://eteia.blogspot.com/2011/03/defenda-e-preserve-nossa-agua.html