|     Conservação - 28/05/2008 Mônica   Pinto / AmbienteBrasil  |   
|     Ontem,   no Dia Nacional da Mata Atlântica, uma informação preocupante em relação ao   bioma foi externada pela Fundação SOS Mata Atlântica em entrevista coletiva   online: a fragmentação florestal é um processo extremamente crítico, que   agrava a proteção da rica biodiversidade que ele abriga. Esse   foi um dos dados diagnosticados a partir dos levantamentos empreendidos para   formatação do “Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica”, estudo   que a entidade divulgou ontem, num trabalho concretizado em parceria com o   Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).  Pelo   estudo, a área original do bioma está reduzida a 7,26% de sua cobertura   original, ou seja, 97.596 km2. Este número totaliza os fragmentos acima de   100 hectares, ou 1km2, distribuídos em 17.875 polígonos, e têm como base o   mapeamento de 98% do bioma Mata Atlântica, em 16 dos 17 Estados onde ocorre   (PE, AL, SE, BA, ES, GO, MS, MG, RJ, SP, PR, SC, RS, CE, PR, RN e PI),   incluindo dados levantados pela ONG Sociedade Nordestina de Ecologia nos   estados do Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Apenas o Piauí não teve a   área da Mata Atlântica avaliada.   Somando   todos os fragmentos acima de 3 hectares, existem hoje na Mata Atlântica   234.106 polígonos, que totalizam 142.472 km2, ou seja, 10,6% de florestas   nativas.  “Mais   de 25 mil polígonos são menores do que 5 hectares, o que reforça a   importância dos esforços na restauração florestal da Mata Atlântica”, explica   Marcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento e coordenadora do Atlas   pela SOS Mata Atlântica. “Devido à extrema fragmentação de alguns trechos,   principalmente nas regiões interioranas, a interligação entre as florestas   nativas torna-se primordial para garantir a proteção da biodiversidade deste   bioma”, adverte.  Os   dados apresentados para o período de 2000-2005 confirmam a redução de 69% na   taxa de desmatamento comparada com o período anterior, de 1995 a 2000. No   entanto, o estudo indicou aumento no ritmo de desmatamento nos dois últimos   anos, tendência “muito preocupante” na avaliação de Marcia Hirota.  No   período de 2000 a 2005, em números absolutos, o estado de Santa Catarina foi   campeão de desmatamento, suprimindo 45.530 hectares de Mata Atlântica. Minas   Gerais vem em seguida, tendo desmatado 41.349 hectares; a Bahia está em   terceiro lugar, desmatando 36.040 hectares. A lista prossegue com Paraná,   28.238 hectares; Mato Grosso do Sul, 10.560 hectares; São Paulo, 4.670   hectares; Goiás, 4.059 hectares; Rio Grande do Sul, 2.975 hectares; Espírito   Santo, 778 hectares, e, finalmente, Rio de Janeiro, com 628 hectares.  As   informações divulgadas ontem incluíram uma análise para o período de   2005-2007 dos 51 municípios apresentados como mais críticos em 2000-2005. O   município que mais perdeu cobertura vegetal nativa no período foi Mafra (SC),   que desmatou 1.735 hectares, seguido de Itaiópolis (SC), que suprimiu 1.076   hectares, e de Santa Cecília, também em SC, que desmatou 1.032 hectares. Na   continuidade dessa lista lamentável, figuram ainda os seguintes municípios,   com as respectivas áreas desmatadas: Tremedal (BA, 927 ha), Coronel Domingos   Soares (PR, 369 ha); Ninheira (MG, 899 ha), Bituruna (PR, 789 ha), e Bom   Jesus da Lapa (BA, 796 ha).  Imprensa Na   entrevista coletiva, da qual participaram também Flávio Ponzoni, coordenador   técnico do estudo pelo INPE; e Mario Mantovani, diretor de Mobilização da   Fundação SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota comentou a responsabilidade dos   veículos de comunicação no trabalho de conscientizar quanto à missão de   preservar o bioma. “A imprensa tem sido uma aliada e tem um papel importante   na nossa causa. Ela traduz nossos jargões e leva para a sociedade a   importância da conservação da Mata Atlântica. A cobertura tem melhorado e   muitos jornalistas têm investido em sua formação”, disse.   AmbienteBrasil perguntou a   Flávio Ponzoni se, diante das evidências de que tais esforços não têm surtido   o efeito desejado, não seria interessante investir na divulgação de nichos   rentáveis na exploração sustentável do bioma, a exemplo de potenciais   propriedades medicinais de sua flora. A estratégia seria a de visualizar uma   lucratividade na floresta em pé, condição mais sedutora aos setores que colocam   o lucro acima da conservação ambiental.  Em   termos bem claros: talvez a única saída para proteger o bioma seja mostrar   que essa proteção vale dinheiro. Flávio Ponzoni concordou com essas   potencialidades da Mata Atlântica, mas ressalvou que, até hoje, esse   interesse, ao invés de resguardá-la, contribuiu para acelerar sua devastação.   “A sociedade não percebe isso porque não foi educada a perceber. A miopia de   todos contribui muito para estarmos perdendo tudo”, colocou.  |   
ND do Pântano do Sul
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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Fragmentação da Mata Atlântica ameaça sobrevivência de sua biodiversidade
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